Sobre o Método

A compreensão do Processo de Criação formulado por Enrique Pichon-Rivière e o posterior desenvolvimento por Ana Quiroga, são eixos dessa construção.

O MÉTODO TERAPÊUTICO GRUPAL ESCRITA REPARADORA (MTGER) é uma construção de Graciela Chatelain que articula conceitos da Psicologia Social Pichoniana com Técnicas Literárias, de Contato com conteúdo (Sonho dirigido) e de Escrita Reparadora, investigadas e sistematizadas desde 2007 a partir da realização das oficinas A Arte de Escrever para Reparar e dos grupos Os/as Fazedores/as de Palavras.

A compreensão do Processo de Criação formulado por Enrique Pichon-Rivière e o posterior desenvolvimento de Ana Quiroga, assim como os conceitos de Matriz de Aprendizagem, Vínculo, Processo de Constituição do Mundo Interno, O Mundo interno como cenário da dramática grupal, o Grupo Operativo são alguns dos eixos teóricos da Psicologia Social Pichoniana para a construção deste Método. Outro dos eixos é a Psicanalise Kleiniana, especialmente os conteúdos desenvolvidos nas Relações Objetais e no livro “Amor, culpa e reparação”.

Situações de perdas, abandonos, rupturas, experiências dolorosas, cenas congeladas no mundo interno ou cenário das representações são vivenciadas com o sentimento de fragmentação, destruição, vazio, sinistro chegando a produzir outros sentimentos como impotência, paralisia, medo, raiva, culpa, insegurança, estranhamento. 

O Método cria as condições para tomar contato com essas situações através de Técnicas de Contato dos conteúdos e de Técnicas de Escrita Reparadora criadas para possibilitar, ampliar, afunilar, sintetizar o processo reparatório. Na medida em que se cria um objeto de arte no mundo externo se está integrando figuras, cores, notas musicais, palavras e na medida em que se integra fora, aquilo que se vivencia como fragmentado dentro, vai se reintegrando dentro; nesse momento se produz a passagem do “sinistro para o maravilhoso” no processo de criação como o explica Enrique Pichon-Rivière. 

A Escrita como arte, através da narrativa, da lírica, do drama, das imagens retóricas e dos seus mecanismos internos recria o objeto fantaseadamente destruído internamente. Nesse processo de criação podem ser flexibilizadas, reparadas, ressignificadas as experiências dolorosas de aprendizagem que dificultaram ou distanciaram a relação com o mundo externo, assim como as perdas, abandonos, rupturas vinculares e a ruptura do cotidiano.

O contato com cenários, personagens e vínculos significativos de nossas vidas, nos permite revisitar dores e alegrias até então esquecidas na memória, permitindo a construção de textos, como releitura de histórias vividas.  Reescrevendo assim, nossa história, ou escrevendo um novo estar na vida.

Escrever poesia, contos, relatos, sendo nós, sendo os outros, sendo um terceiro observador, possibilita o processo de autoconhecimento. 

Escrever para reparar; reparar nos seus vários significados: ré - parar, parar novamente em cenas do passado; reparar no sentido de olhar para dentro; reparar como colar os caquinhos que ficam fragmentados daquelas perdas, situações dolorosas, congeladas, que bloqueiam outras aprendizagens.

As Técnicas utilizadas estimulam o contato com situações de perda, de bloqueios, de medos paralisadores, de dores detidas no passado, latentes, com a vivência de fragmentação ou destruição. Emergem, então, palavras, versos, argumentos, metáforas como objetos internos reparados, ressignificados e a possibilidade da reflexão em grupo operativo como espaço de sustentação e multiplicação de sentidos.

O contato com essa dramática interna e a incorporação de técnicas e recursos literários apontam a integrar o que se vivencia como fragmentado, neste sentido se insere na proposta da promoção da saúde mental, como instrumento de intervenção terapêutica.

A possibilidade de compartilhar a leitura e a reflexão em grupo operativo, como espaço de sustentação do psiquismo, potencializa a escrita e cria um espaço de confiabilidade para poder integrar o sentir o pensar e o fazer. Nesse sentido, se pode falar de um Método Terapêutico Grupal de Escritura Reparadora.

A proposta é aprender o Método Terapêutico Grupal de Escrita Reparadora a partir da própria vivência das Técnicas de Contato, as de Escrita com Reflexão Teórica e reunião de Grupo Operativo.


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